Como já referi anteriormente noutro capítulo do Guia Fotográfico, o processo de pós-produção e envio das fotografias tiradas em eventos e sessões baseadas em troca/tpf (excluo aqui casamentos, baptizados, e outras sessões pagas enquanto clientes) varia grandemente de fotógrafo para fotógrafo. Mas seja qual for a técnica ou metodologia usada, é sempre possível nos dias de hoje, recorrer a apps e filtros rápidos para personalizar e causar variações propositadas nas fotografias, apenas para referir um exemplo. Outra situação recorrente é a publicação das fotografias sem qualquer referência ao fotógrafo e, quando isto é feito no Instagram, há uma grande probabilidade de vermos a fotografia cortada e sem assinatura / marca de água (como no caso da minha, que posiciono sempre junto ao limite inferior da imagem).

Para ajudar a contornar situações como estas, resolvi criar um pequeno conjunto de dicas para o que se pode e deve fazer, e também para o que não se deve fazer, quando publicam fotografias. Irei usar exemplos baseados em fotografias publicadas no Instagram de algumas modelos amigas, mas a teoria aplica-se a outras redes sociais.

1. Identificação
Ao publicarem as fotografias nas demais redes sociais, identifiquem quem fotografou e, se for caso disso, maquilhadora, cabeleireira, e outras pessoas envolvidas. Não custa nada, e vão ajudar todos a terem mais visibilidade no seu trabalho. Caso não consigam identificar as contas das pessoas por algum motivo, bastará indicar os nomes.

Aqui a modelo identificou também o local, mas era opcional, dada a natureza íntima da sessão (as gerências de alguns locais preferem que o espaço não seja identificado em fotografias mais reservadas). O importante são o fotógrafo e a maquilhadora, que também tratou do cabelo.

2. Filtros
Nós, fotógrafos, estamos horas a trabalhar na vossa fotografia preferida para sair com a melhor combinação de cores, luzes e sombras, possíveis para a imagem. A última coisa que queremos ver é essa foto com uma cor diferente daquela que foi idealizada por quem a fez e editou. Usarem filtros cromáticos e distorções para ficarem mais magras pode parecer muito giro, mas na verdade é uma falta de respeito para com a pessoa que perdeu horas na pós-produção da foto. Se gostariam de ver uma fotografia com um tratamento diferente, por favor, peçam. Não coloquem filtros mágicos das aplicações de telemóvel. Os filtros cromáticos disponíveis em apps e redes sociais como o Instagram são mais indicados para selfies e outras fotografias sem pós-produção. NÃO os usem em fotografias já com edição. Por favor.

Uma pós-produção em estilo vintage. Ainda bem que a modelo não aplicou filtros ou a fotografia não teria o mesmo ambiente.

3. Marcas de Água
As assinaturas ou marcas de quem fotografou e/ou editou estão lá por um bom motivo: a preservação da imagem e protecção do trabalho dessas mesmas pessoas. Ao publicarem uma fotografia e cortarem deliberadamente a assinatura estão a agir de má fé e a contribuir para que não voltem a receber nenhum convite para nova sessão fotográfica. Aplicações como o Instagram hoje em dia, já permitem a publicação de fotografias sem cortar as fotos, mas se virem que não conseguem publicar de outra forma e gostariam de aproveitar apenas uma porção da fotografia (para foto de perfil, por ex.), então podem pedir ao fotógrafo para vos editar uma versão especial da fotografia com uma proporção optimizada para foto de perfil.

Aqui a modelo conseguiu reduzir a fotografia um pouco para não remover a assinatura.

4. Fotografias sem edição
Há quem envie as fotografias mesmo sem edição, mas algumas fotografias ficam a ganhar se tiverem um ou outro ajuste, ainda que básicos. Para além de que as fotografias sem edição poderão não ter a assinatura do fotógrafo (ver ponto anterior). No geral, as fotografias sem edição são enviadas para avaliação e para o cliente ou modelo poder escolher as preferidas. Não para publicação (excepto se o fotógrafo autorizar previamente).

Quem vê esta foto e não vê a assinatura que foi cortada, poderá pensar que não tem pós-produção. Mas teve bastante…

5. Usar as fotografias em ocasiões diversas
Normalmente, os/as modelos usam as fotografias sem grandes restrições a partir do momento em que as têm consigo. Podem publicar nas redes sociais, usar como perfil, e até imprimi-las. E se um dia quiserem participar num concurso e vos pedirem uma fotografia? Vão enviar uma fotografia tirada num ensaio fotográfico sem pedirem autorização ao fotógrafo? Muitos não terão problema com isso (eu inclusive), mas é sempre de boa índole solicitarem permissão para usarem uma ou mais fotografias em ocasiões onde a qualidade da imagem possa ser motivo de avaliações que tenham tendência a espalhar-se pelas redes sociais. Especialmente concursos públicos, desfiles, e outros eventos de renome a nível nacional e até internacional.

Dessas 4 fotos, 3 são da minha autoria. É gratificante escolherem usar as nossas fotografias em competições internacionais de dança do ventre, e é igualmente agradável ver o sorriso quando autorizamos o uso, e até quando editamos uma fotografia de propósito para o efeito.

Com isto, deixo apenas mais um apontamento para os/as modelos: confirmem sempre com o vosso fotógrafo se podem publicar / cortar / juntar / alterar as fotografias e qual a intenção desse trabalho. Na maioria das vezes, não vos irão negar essa possibilidade, mas trata-se apenas de um pequeno gesto que faz a diferença.

Divirtam-se a publicar e a partilhar!

Anexo I – FAQs para Modelos | Guia Fotográfico

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